12.3.08

sem linha sem rima (...)

caos portátil de todos os dias
que me livre das poesias egocêntricas do
humano encerrado dentro de si mesmo, do seu próprio absoluto.
estar na terra sem intuito, sem cárater, soa e é tão parecido como não existir.

a latência está no inconsciente das palavras
o que se diz hoje, se desdiz amanhã
o que se é mostrado, posto em palavras
é formado a partir de princípios de vida: desde as primeiras impressões pós- sopro ofegante
buscando o sentindo da vida, no movimento frenético dos olhos.

e assim caminhamos, temos a falsa idéia de que acumulamos experiências
como se nos tornâssemos por instantes seres humanos completos
diferentes daqueles que sairam do ventre
qual seria o intuito disso tudo? o que seríamos verdadeiramente?
um mostruário completo de vivências, uma busca de respostas incessantes depois cessadas com a conformação de que não existe a resposta.

e nós? o que somos?
pegue-se aos 80 anos
você foi tudo aquilo que sempre quis? a frustração de falta de plenitude não existe em forma de vazio? não entenda como preenchida uma vida de vivências, pois as próprias vivências podem em si no seu íntimo , serem vazias.
assim sendo, um homem se olha com sua gravata, a mesma rotina
a mesma mulher que antes ele tanto amava, e que agora não o suporta pelos os roncos e as meias deixadas no banheiro

filhos que antes te admiravam, hoje idealizam outros heróis.
pergunto-me se a afirmativa de dostoyevsk não seria ilusória "the secret of man´s being is to have something to live for"
mas se isso já está, deparando-se como uma porta que bate contra face
então, o que seria esse seguir? perguntei-me , perguntei-me ,calei-me.

existencial. o seguir seria existencial, de si próprio dos intuitos da essência.