não escrevo poesia
tenho medo do mesmo
21anos mal caminhados
avisto a possibilidade de encontrar-me
quem sabe logo ali, na esquina dos devaneios
me desligo do alter ego
esqueço minhas próprias projeções
sobre mim
sobre os outros
pouco sei.
a escrita se faz necessária
e se dá pela expulsão de si mesmo
não sou poeta
sou excremento
talvez uma necessidade diária (...)
17.12.07
29.11.07
medo do mesmo.
26.10.07
15.10.07
crítica.
Josef (Tim Robbins) é vítima de um acidente numa plataforma petrolífera. Hannah (Sarah Polley) oferece-se para o tratar. Dois desconhecidos, um do outro e do espectador, feridos por dentro e por fora, encontram-se, talvez para "começar uma nova vida juntos". É a história desta intimidade que nos conta a realizadora e guionista catalã Isabel Coixet em "A Vida Secreta das Palavras".
O filme é um murro no estômago do espectador, um desmanchar de todas as vulgares histórias de amor, um grito poético e panfletário contra a guerra, mostrando que a esperança não morre. Os diálogos são ternos e bem dispostos, apesar de escassos. Não há música - a essência da comunicação entre Josef e Hannah está para além de artifícios.
"A Vida Secreta das Palavras" vive da última capacidade de um público anestesiado perante a violência gratuíta que pulula pela indústria audiovisual de se comover, de perceber o que há de mais profundamente humano na sociedade e nas pessoas que nos rodeiam. É lirismo sem condescendência.
Destaque para as magníficas interpretações da actriz canadidana Sarah Polley, que enche o ecrã com a assombrosa Hannah, e para um infantil, comovente Tim Robbins, que promete "aprender a nadar" nos dias em que a tristeza de Hannah o pode inundar.
O filme, quarta longa metragem de Coixet (depois dos bem sucedidos "Confissões de um Apaixonado" (1996) e "Minha Vida Sem Mim" (2003)), conta com a produção da El Deseo, de Pedro Almodovar e é narrado em inglês. Depois de vencer a edição deste ano dos prémios Goya, o galardão mais importante do cinema espanhol, "A Vida Secreta das Palvaras" estreou em solo português na passada semana.
Também merece destaque a belíssima trilha sonora de A Vida Secreta das Palavras, que funciona muito bem para envolver o espectador na solidão de seus personagens. Isolados do mundo – tanto geograficamente quanto nos sentimentos -, eles sofrem e buscam, cada um à sua maneira, encontrar uma saída, mesmo que momentânea.
top 2 best songs:
"Coming Back Down to Earth"
por The real tuesday
"Hope There's Someone"
por Antony Hegarty (as Antony) and the Johnsons
segunda (15) à quinta (18) no multiplex uci ribeiro cinema de arte
às 19:30.
boa semana.
13.10.07
o devir dos tempos (...)
sinto a brisa indo para bem longe de mim
de encontro e ao desencontro de dois corpos
que já não sabem o que são
do porque e das respostas postas à tapa
de corpo nu, um afago então
me conformarei assim
encontro-me constatemente inconstante
dentro de entrelinhas , avisto o subjetivo
de não se saber aonde ir
a melancolia toma outro rumo junto da conformação
já não a sinto
já não a quero
em mim.
de encontro e ao desencontro de dois corpos
que já não sabem o que são
do porque e das respostas postas à tapa
de corpo nu, um afago então
me conformarei assim
encontro-me constatemente inconstante
dentro de entrelinhas , avisto o subjetivo
de não se saber aonde ir
a melancolia toma outro rumo junto da conformação
já não a sinto
já não a quero
em mim.
2.10.07
poemeto azedo escrito n'outros tempos (...)
Hoje, folhas azedas... Não no sentido do gosto imediato ácido, mas propriamente à falta mesmo de açúcar de vida. Um dia que para tão somente ficar entre outros passados e os ainda filhos do devir. Penso "tê-los" como pontos-de-fuga na pintura surreal do cotidiano-trator e suas exigências de energia tão sutis quanto inutilizantes, na praxis ideal do viver, em mim. A prece é que estou com vontade de ver as letras passando pela minha vista como se eu não fosse o dono delas, e isso é a verdade. Assim como estas mal-ditas, os atos também, decerto, seguem as linhas da finitude e a escolha seria mero acaso de coincidências latentes alteradas pela nossa pretensão de dizer, falar, fazer, tudo didatismo. Deveras, o martírio de não conseguir sair de dentro, do cair de fora dos meus olhos rasgados para esta alma-abismo, é a dor.
boa semana.
frases de efeito (...)
1.10.07
Tentação (...)
Durante um bom tempo, adotei uma postura cética quanto a este "diário"... Deixei textos como quem desdenha de si mesmo, e, no entanto, coletava alguns comentários quase nunca correspondidos. A questão agora é que me veio uma vontade de escrever, com a inocência perdida de um padre sem fé, algo apenas algo. Já tive intenções maiores, cansei. O pequeno, gosto disso. Até porque, no fundo, eu o seja.
poemeto da hora (...)
29.9.07
crítica.
"Thumbsucker" é baseado em Justin Cobb (Lou Pucci), um adolescente que aos 17 anos ainda chupa no dedo. Este sente-se oprimido e procura livrar-se do seu hábito, no entanto quando o consegue, os problemas que pensava desaparecem permanecem. Embora o possa parecer, desengane-se quem pensa que se trata de outra comédia teen, disparatada e como muito se tem feito pelos lados de Hollywood.
Aqui não existem personagens ocas a debitar texto, nem uma narrativa demasiado forçada. É um filme honesto sobre a adolescência, relações, vícios e inseguranças, não só de Justin mas também dos que o rodeiam, particularmente da sua família. Uma mãe (Tilda Swinton) com uma obsessão por um actor famoso (Benjamin Bratt) e um pai (Vincent D’Onofrio) ausente e frustrado por ter visto o seu sonho de se tornar um desportista de alta competição desmoronar-se com uma lesão. Com um elenco coeso, onde se destacam também Vince Vaughn num papel mais sério que o seu habitual e um Keanu Reeves dentista interessado pelo transcendente, é no entanto o jovem Lou Pucci que tem maior destaque, revelando-se uma promessa para o futuro.
A realização do estreante Mike Mills é segura e opta pela simplicidade, enquanto que a banda sonora a cargo dos The Polyphonic Spree também tem um lugar de destaque.
Embora não inove nem seja um marco, "Thumbsucker" tem um argumento interessante e, sobretudo, boas interpretações, pelo que se revela um filme agradável, recheado de músicas de Elliot Smith.
boa semana
that´s all folks.
28.9.07
O cara que entende minhas mazelas.
25.9.07
tic tac tic tac tac tic tic tac tac tic.
24.9.07
21.9.07
poemeto do tédio (...)
caos portátil de todo dia
ócio
tédio
ócio
tédio.
portátil
o caos
portátil
de todo dia.
ócio
tédio
ócio
tédio.
portátil
o caos
portátil
de todo dia.
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