27.4.08

poemeto

eu não idolatro
eu não admiro
eu não sei

mas eu admito


que apenas sinto (...)

poesia/extinta (...)

quem as criou?
os homens...os deuses

elas de fato recriam novas possibilidades?

elas de fato são o que deveriam ser?

muitos já se foram, quem continuará ?




e assim a poesia vai virando um animal em extinção.

25.4.08

tardivu / confessione

inconfessado do crime que cometi
do amor que deveras sinto
me fiz enganador por um longo tempo
me mantive na escuridão , buscando as rédeas da vida
conformei-me então com a escassez de respostas
levei a culpa, como quem carrega pregos nos punhos
as consequências do meu ideal artístico
algo irreconhecível para os cegos, geralmente acomodados
com as dores do mundo

essa mesma dor, que poucos sentem
muito invade minha alma com furor.
Das mesmices, das máscaras se respira o tédio da artificialidade
vive-se assim um pouco, e nem tão pouco satisfeito com os outros
ou até consigo.
da frustração de não se ver além do brilho escurecido dos olhos de quem mente, de quem engana somente a si, isso mesmo, a si próprio.
não podes pedir para que o mundo aja com tal virtude de cárater
peça apenas a ti próprio que caminhe trilhando a certeza de que sabes de ti e não espera nada do outro e talvez poucos consigam trilhar não em minha frente nem atrás de minha pessoa, mas ao meu lado.

um segundo muda tudo (...)

um segundo muda tudo
não venho com nada em mente
os anseios são dos dedos
se mantenho para mim morro
se expulso vira outro verso
perdido no tempo

o palhaço (...)

Não sei de rimas
não passeio por vírgulas
desconheço a gramática das palavras
fingir o que não sou, mataria-me aos poucos (os anos que os digam)
em tese, vim ao mundo como o palhaço veio para a plateia
enquanto a cortina cai, renasço em lágrimas.

outro espelho (...)

Eu enxergo as cores em preto e branco
sou um quase cego amadurecido pelos desvios da vida
não encontro sequer os resquícios da veracidade
nos olhos de quem muito diz e pouco faz.

Alguns intuitos um tanto quanto enigmáticos preservo em minha pessoa
como digo invariavelmente: "há muito de mim, mas tão pouco me dou"
sou um ser egoísta descrente de que avistarei a possibilidade
de encontrar outro espelho tão desiludido
como quem escreve aqui.

O homem invisível (...)

dentre muitos olhos
enxerguei somente os teus
passeava por tantas mãos
mas senti somente as tuas
das muitas palavras que escutei
só o teu silêncio se fez presente (...)

das variantes do amor (...)

ao amar-se, se põe ao outro seus anseios
ao se dar como forma de plenitude de dentro para fora
sem espera, sem chegadas
apenas a partida
"aquele" que passeava em si próprio

pertence agora a outro morador (...)

3.4.08

dragão fashion brasil 2008

photoshop é a maquiagem da falta de essência. e tenho dito.

O rinoceronte - Tarcisio Almeida


























Coreografia Lúcia Machado - Artista Plástica Aurea Lima





















Trista